" Se tudo que somos não passa de um momento,prometa que faremos de tudo para que esse momento nunca acabe!" - Little Dancer
Prológo
30 Dezembro de 2009
-Osasco, São Paulo
O vidro parecia um campo de batalha entre eu e meu irmão, não aguentava mais ficar ali, parada, vendo-o sangrar sem poder fazer nada. Por que ele? Por que não eu? Eram perguntas que rondam minha cabeça naquele momento. Fazia 3 dias desde que o acidente no qual meu irmão e minha mãe haviam sofrido. Mamãe estava em coma desdo ocorrido e Pedro havia apenas se machucado gravemente, não sabia o que fazer desdo momento que aquele maldito telefone tocou, e agora, parada aqui me sentia mais inútil e egoísta, do que quando recusei sair com eles naquela noite.
-Senhorita Fabray? - O médico Pablo tocou no meu ombro me fazendo o encarar -.
Pablo era alto e meio bronzeado, ele foi quem atendeu minha mãe e meu irmão desde o acidente, então já estava acostumado com minha presença e de minha tia no hospital. Era um ótimo médico, e por mais que eu só tivesse 11 anos, intendia da situação, então, já logo desesperei.
-Ah, por favor - ele fez uma pequena pausa para respirar - Me acompanhe, sua tia a aguarda.
Apenas assenti, dei uma última olhada em meu irmão e o segui. Andar por aqueles corredores me assustava, e me dava uma sensação horrível no coração. Odiava hospitais. Parecia que o corredor não acabava, até chegar ao quarto no qual minha mãe estava.
Julliany Fabray
Olhar o nome de minha mãe escrito em uma placa já era depressivo, na porta de um hospital, quase me fez infartar. Mesmo com a porta aberta, bati levemente na porta e ouvi a voz de minha tia sussurrando " entre " para mim. Pablo pois a mão em meu ombro na mesma hora, e foi então que liguei os pontos. Meu coração disparou e entrei correndo no quarto. Minha mãe estava deitada, totalmente pálida e gelada. Mais magra do que o comum. Haviam tubos e agulhas por todo o seu corpo, o que me fez quase vomitar, seus olhos estavam fechados, e seus lábios totalmente sem vida; ainda sim, era a mulher mais linda que conhecia.
- Sophia meu amor - ela disse mais baixo que um sussurro, e percebi seus dedos se mexerem, minha tia me encarou, seus olhos estavam inchados e vermelhos, senti pena, mas me aproximei de minha mãe e a beijei na testa - Ah, minha pequena! Sinto tanto em não poder abraça-la no momento - acariciei seu cabelo já com lagrimas no rosto - Minha pequena Fabray, como queria poder vê-la crescer, já esta tão mocinha. Sei que vai ser incrível em sua vida, e mamãe se orgulha de mais de você minha loirinha linda. Me prometa uma coisa? - sabia que ela não podia ver, mas assenti com a cabeça e apertei sua mão - Cuide do seu irmão, não deixe que ele se meta em encrenca, rs, sei que ele cuidará de você meu amor, você é tudo para ser irmão bobão - mamãe riu e começou a tossir sem parar, fazendo com que Pablo se aproximasse e minha tia me tirasse de perto dela-.
Encaixei meu rosto no peito de minha tia, enquanto ela abafava a tosse de minha mãe e os gritos de Pablo, quando começaram a sessar, ouvi uma voz fraca e quase irreconhecivel dizer " venha cá minha princesa ". Me aproximei de minha mãe chorando.
-Você está bem mamãe? - eu chorava-.
-Ah minha pequena - ela disse já sem forças procurando meu rosto - E-Eu, est-tou bem. E-eu te A-am ...
Biiii, foi o som que ecoou a sala naquele momento. Senti a mão de minha mão cair na cama, gradativamente e sincronizadamente com minhas lagrimas. Ouvi os gritos de choro de minha tia enquanto me afastava da cama gritando.
- Mamãe! Mamãe?! - agarrei a cintura de Pablo - Mamãe, me responde mamãe! - eu encarei Pablo gritando - Por que ela não me responde? Por que? Mamãe!!!!
Quando Pablo abriu a boca me afastei, gritei, minha visão embaçou, não ouvia nada a não ser meus próprios gritos. Enfermeiros, médicos e Pablo passaram correndo por mim, enquanto atordoada andava de costas até a porta.
-Sophia! - ouvi minha tia gritar de lá de dentro chorando-
-Mamãe!!! - Eu gritei tapando os ouvidos -.
Meu coração acelerou e sai correndo dali, chorando e gritando em pleno corredor do hospital. Não enxergava, não sentia, não ouvia. Nada. Pedro, era tudo que me ocorria. Corri até o vidro e bati, bati nele gritando:
- Maninho! Maninho, não me deixa! PeeDro, não me deixa!! - eu bati no vidro mais duas vezes ate sentir bracos me puxando para longe dali - Maninho, Eu te amo,Eu te amo- eu gritava sem parar - Nunca vou te deixar! E-eu ... - meus olhos pesaram, a visão embaçou e apenas cai!
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