
-Amo você! Tanto que parei de pensar tanto em mim, para pensar muito mais em você e mais ainda em nós!- Little Dancer
Ubatuba -
Dezembro de 2010
Adorava pegar umas ondas e acabar caindo porque não parava de olha-la, lá, sentada naquela pedra, lendo- devorando - mais um livro. As ferias haviam começado a quase um mês, e era rotina, eu e Sophia íamos toda manha para praia. Eu tomava uns caldos, e ela lia um livro. Era uma vida agradável e sinceramente não me importaria de te-la assim para sempre. Mas sabia que as coisas não seriam mais assim em dois meses, trabalho, faculdade, curso...Minha vida já não tinha mais tempo para minha morena, e por mais que a dela também estivesse prestes a ganhar essa rotina, ela se encantava em ter 5 minutos comigo anoite.
Peguei a prancha e sai da água. Fui sorrindo até ela que também ria lendo algo. Aquele sorriso gostoso me fazia delirar ha 3 anos, e realmente não queria mais ele longe de mim. Arranquei o livro de sua mão, o que a fez gritar e me dar um soco no braço. Ri da sua cara, larguei a prancha e a beijei. Ela não se incomodou com o fato de eu estar todo molhado e cheio de areia. Não, pelo contrario. Ela me apertou mais e sorriu. Minha cabeça estava um turbilhão já, só de te-la perto e a ideia de jogar tudo pro ar e arriscar já me tomava.
- No que está pensando? - ela sorriu e eu e sentei na pedra -.
-Em você!
-Estou do seu lado, lembra?
-Idai? - eu sorri - Penso em você o tempo todo
Ela riu e me deu um selinho, se levantou, tirou a areia da roupa e me esticou a mão dizendo " vem ". Peguei a prancha da areia, lhe entreguei o livro e peguei sua mão, e assim fomos caminhando a beira da praia para sua casa.
Já era quase hora do almoço, e eu simplesmente amava o cheiro de comida que sempre tinha na casa dela. Deixei a prancha na porta, passei uma água no corpo na varanda, vesti uma camisa e entrei. Sophia já havia subido pro quarto pra trocar de roupa, e Pedro - seu irmão mais velho - me cumprimentou me levando pra cozinha.
-Oi Daniel - Julio, pai de Sophia, disse sorrindo para mim - Como vai? Me parece ótimo. Pegando uma cor agora que tem tempo para viver! - rimos juntos e Pedro entrou no meio.
-Temos que brindar essa noite! Nossa pequena finalmente conseguindo o que quer! -ele levantou uma taça vazia e eu sem intender perguntei.
-Não intendi! O que tem a Sophia? - Eu os encarei -.
-Ah... A Sophia não te contou?
-Ah, me contou o que? - Julio me encarou e se aproximou com a mão nos bolsos. Pegou um envelope e jogou na minha frente na mesa dizendo para eu ler.
È um imenso prazer....
blablábla´
Que a senhorita Sophia Fabray
blbláblá
Foi aceita na faculdade Juliard de Artes Cênicas de Nova York
com bolsa integral para Dança no curso do ano de
2011 ... blábláblá
Minhas mãos tremeram e deixaram a carta cair. Não acreditava no que acabará de ler. Comecei a gaguejar alguma coisa que não intendi para o pai dela, até me levantar - quase cair - atordoado. Quando me virei, lá estava ela na porta da cozinha de cabeça baixa.
Em um reflexo peguei a carta e gritei:
-O que é isso? - ela não respondeu - Sophia o que é isso? È brincadeira não? - eu balançava a carta e gritava, vi uma lagrima escorrer seu rosto e na mesma hora soquei a parede - Por que não me contou? Sophia!! - larguei a carta e sai andando -.
- Daniel! Daniel espera por favor! - eu a ouvi gritar - Por que Pai, por que? -sua voz já falhava quando atravessei a varanda furioso.
Não sabia se estava pensando ou não, minha cabeça explodia e meu coração estava muito acelerado. Comecei a chorar igual criança, o que era tecnicamente ridículo, até que senti aquelas mãozinhas puxarem meu braço. Ela mesmo se colou em um abraço apertado e eu a afastei.
- E-eu ia contar... - ela gaguejou - Daniel, eu ia contar! - Ela pegou meu queixo e me fez a encarar - P-por F-favor, me escuta! - eu respirei e a encarei ainda chorando -.
-F-faz quanto tempo? - ela murmurou algo baixo - Sophia! Faz quanto tempo que essa maldita carta chegou?
-1 mês... - ela encarou o chão e começou a chorar - Eu ia te contar. E-eu ia!!
-A é? Quando? - eu gritei - Quando? - eu coloquei as duas mãos no cabelo e encarei o céu - Quando você estivesse no aeroporto? -
-E-eu ... - ela chorava quase tanto quanto eu - Me perdoa! Me perdoa por favor! - ela me abraçou forte, como nunca, eu apenas a apertei - E-eu não tinha contado nada por que não achei que fosse passar... V-você sabe que esse sempre foi meu sonho... Quando a carta chegou, não contei para ninguém... E-eu pensei em nã - eu a cortei na fala, a afastei e a fiz me encarar -.
-Você vai! - engoli meu choro e respirei - Amor, desde que te conheço, seu sonho é dançar, e você foi aceita para uma das maiores faculdades da America! Você vai e ponto final.
-M-mas e você? Eu não quero te deixar... Juntos lembra? - aquela lembrança boba do ensino médio me veio a memoria. Quando juramos que resolveríamos tudo Juntos. Concordei com a cabeça e ela continuou - Aquilo não mudou! Não passamos por tudo isso pra chegar aqui e desistirm ... - ela parou e chorou -
Eu a abracei sem saber o que fazer, prometi que tudo ficaria bem, até que a bomba me acertou.
-O voou é essa noite... - ela me encarou e percebi a dor em seus olhos -.
Meu coração parou naquele momento e tudo que eu mais amava estava me deixando. ME mantive forte e a beijei. A beijei como nunca. Como a última vez. Ela tentou se afastar mas não deixei, até que implorei para que fosse pro meu apartamento. Simplesmente fomos, e por mais que aquilo estivesse me matando, ficamos lá deitados na minha cama por duas horas; sem falar uma palavra se quer. Ela olhou o relógio, e eu sabia o que significava. Ela sentou na cama mexendo nos cabelos, apenas me aproximei e beijei sem ombro,o que a fez me encarar com aqueles olhos inchados. Ela me pedia perdão mil vezes com aquele olhar, e saber que em poucas horas não a teria mais, me faziam morrer milhões de vezes seguidas. Me afastei dela e fui mexer no criado mudo do lado da minha cama. Fucei tudo ali dentro ate achar o que procurava. Peguei a caixinha dali de dentro e pus em sua frente.
-Casa comigo? - ela me encarou espantada - Casa comigo? Fica comigo para sempre.
-E-eu ...
-Não vai, fica comigo Sophia ... - eu me aproximei dela abrindo a caixinha e revelando um anel dourado com uma pedra em cima, delicada como ela - E-eu te amo! Você sabe disso... Caso comigo? È só dizer sim...
-E-eu ... Não posso! Me perdoa - ela começou a chorar e se levantou, eu a olhei frustrado enquanto ela calçava as sapatilhas - Daniel, eu te amo meu loirinho. Eu te amo mais que tudo nessa vida! - ela disse me dando um beijo na bochecha e saindo do quarto, me deixando sozinho. Chorando.
A mulher que eu amava estava indo embora, me deixando... Depois de 4 anos.
Peguei a aliança, pus no bolso, liguei o carro e sai. Se dirigir inconsciente era proibido, eu não me importava. Chorei tudo que podia. Vi faróis na minha direção. Meu peito bateu. Apaguei...
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